sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SEMINÁRIO INTEGRADOR IX
POSTAGEM NO BLOG
REFLEXÕES SOBRE OS TRÊS PRIMEIROS SEMESTRES DO CURSO
ALUNA MARIA ANGÉLICA HOFMANN

Sem dúvida, durante os primeiros semestres de curso, meu principal desafio foi me familiarizar com o uso do computador a partir das atividades da disciplina de "Educação e Tecnologias da Comunicação e Informação - TICS, pois até então não tinha esta prática na minha vida pessoal e nem profissional. Apenas observava de longe, algumas colegas de trabalho comentar e usar esta tecnologia, como se fosse algo de outro mundo. Por este motivo, demorei a me inscrever no curso, pois sabia que para isto teria que saber informática e sinceramente me via como um zero a esquerda. Foram minhas colegas de trabalho, minha diretora e supervisoras que me convenceram.
Confesso que durante as atividades do Seminário Integrador I, uma experiência que me fez ir perdendo o medo desta prática já natural para muitos educadores, foram as pesquisas, como a que se refere ao escritor José Saramago e também da atividade de criação do jornal sobre a minha escola. Também, a partir da disciplina Escola, Cultura e Sociedade com a leitura de um texto do referido autor, José Saramago, foi possível fazer uma reflexão sobre minha trajetória como educadora e perceber que o motivo pelo qual segui nesta profissão foram os bons professores que tive na infância e adolescência aos quais me transmitiram através de exemplos, valores fundamentais que devem ser preservados para quem quer seguir nesta profissão. Hoje, muitos destes exemplos procuro transmitir aos meus alunos, para que no futuro possam ter boas recordações como eu tive, dos tempos de escola. Quem sabe, alguns também a partir dos meus exemplos e valores, seguirão a profissão de educador.
Outro momento importante foi o contato com o PPP - Projeto Político Pedagógico da escola, através da disciplina Projeto Pedagógico e Currículo, onde tivemos a oportunidade de revê-lo, podendo analisá-lo de forma crítica o seu conteúdo em relação a realidade de nossa escola e seu entorno.
Já no Seminário Integrador II, podemos reviver e compartilhar nossas vivências de



infância, através do fórum memorial da infância, a qual foi uma atividade muito gostosa e que me incentivou a criar uma atividade com meus alunos em sala de aula, nominada de hora da novidade, onde mesmo sem o apoio da internet, pudessem compartilhar momentos de sua vida, de forma oral e espontânea, trocando vários tipos de experiências entre si, contribuindo na socialização dos mesmos, o respeito com as diferenças, o aprender a ouvir, a desenvolver a fala em público, e saber que suas experiências estão sendo valorizadas no contexto escolar. Nesta atividade do seminário, podemos perceber semelhanças e diferenças entre nossas infâncias o que foi muito positivo a cada um de nós, assim como está sendo também para meus alunos a atividade hora da novidade, pelo entusiasmo e prazer com que a realizam diariamente.
Também na pesquisa podemos refletir sobre o conceito de blog e o objetivo de blog pedagógico e a partir do comentário da professora Suzana: “É tempo de persistir. Esta mesma “internet” que está te angustiando hoje, será uma grande aliada em pouco tempo” , com certeza, ao longo do curso pude perceber que a internet é sem dúvida uma grande aliada durante minha trajetória como aluna do PEAD e que com ela consegui facilitar e enriquecer minha prática pedagógica, bem como ampliar minha comunicação social, pois posso também usá-la em diferentes propósitos: para auxiliar meu filho nos estudos, para pesquisar uma receita, para entrar em contato com amigos ou familiares de forma acessível, sem sair de casa. Acredito que ainda poderei crescer a cada dia em relação a esta tecnologia.
Na disciplina Fundamentos da Alfabetização fizemos uma reflexão sobre nossa prática de sala de aula, dúvidas e dificuldades, onde envolveram também os conceitos de alfabetização e letramento. A partir do entendimento destes conceitos pude fazer uma relação da minha prática como alfabetizadora, podendo assim enriquecê-la ainda mais, através das trocas com as colegas e professora, das teorias e autores estudados. Concluindo, portanto que nossa prática se renova a cada dia, a partir das interações que fazemos e percebo o quão este curso está sendo positivo para nossa atualização profissional e pessoal.





Na disciplina Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica, através do fórum infância (nunca tinha ouvido falar em fórum antes do PEAD), nos foi possível perceber o que é infância e sua evolução histórica, podendo entender e relacionar de que forma exerce influência na educação, de ontem e hoje, através da conexão entre passado, presente e futuro, fazendo-nos compreender muitos dos diversos paradigmas existentes em torno do processo educacional. Sem dúvidas o tempo passa, mudam conceitos e visões, mas, principalmente na nossa profissão de educadores é preciso se libertar de muitos pré-conceitos para poder entender que muitos acontecimentos do passado interferem ou não nos preceitos atuais, visto que muitos valores do passado deixam de ser prioridades hoje, devido as transformações sócio-culturais e políticas as quais a sociedade vem passando ao longo dos tempos.
Na disciplina Psicologia I, com o estudo da epistemologia genética, de Jean Piaget, onde a construção do conhecimento se dá através da interação do sujeito com o objeto, pois é a medida que o sujeito interage, vai produzindo sua capacidade de conhecer e vai produzindo também o próprio conhecimento, surgindo aí o construtivismo interacionista. A partir daí, tivemos a oportunidade de refletir sobre quais ações pedagógicas em nossa sala de aula já contemplam esta teoria, e percebi que em minha prática diária está o fazer meu aluno interagir, havendo uma construção do conhecimento através da interação sujeito meio, conforme relato na atividade que fiz com os alunos do suco de maracujá com a sugestão dos mesmos, a partir dos maracujás trazidos por uma colega para a professora, onde todos participaram dando sugestões e opiniões e botando a mão na massa, através da realização da receita, do consumo do suco, da limpeza dos objetos, da produção oral e escrita da atividade (texto coletivo), podendo assim, conforme Piaget, conhecer e produzir o conhecimento.
Na disciplina de Artes Visuais, foi possível perceber a importância de se trabalhar com releituras, pois esta técnica nos faz refletir sobre diferentes conceitos, comparando-os a fatos de nosso cotidiano, levando os alunos a interagir entre o imaginário e o significado real, de forma prazerosa, a partir de releituras de gravuras, pinturas, filmes, os quais permitiram a nossos alunos interagirem e refletirem diferentes conceitos, de forma autônoma,a partir de atividades de colagem, modelagem, pintura, recorte, desenho, entre outras, em grupos ou não,contribuindo para sua socialização, podendo fazer uma relação com seu cotidiano, valorizando aquilo que traz consigo, da sua cultura, perfazendo um elo de interações, envolvendo várias áreas do conhecimento, como: cognitiva, social, psicomotora e afetiva, contribuindo para seu desenvolvimento global.
Com a disciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem eu pude resgatar um pouco da minha paixão de infância: a leitura de poesias. Adorava ir à Biblioteca do SESI e passar as tardes lendo as poesias de Cecília Meireles e Olavo Bilac. Acredito que por fazer parte da minha infância que gosto de trabalhar a partir de poesias, pois estas nos possibilitam abranger temas atuais com uma leitura gostosa, leve. Abaixo cito alguns exemplos de poesias e que temas podemos abranger.
a) Poesia O Gato de Vinícius de Moraes: Esta poesia trabalha rimas com o aspecto sonoro das palavras (rimas, ritmo cadenciado, onomatopéias, repetição de palavras ...). Sugestão de atividade a ser desenvolvida a partir desta poesia:
Cantar e gesticular de acordo com a letra e ritmos apresentados. Esta atividade pode ser desenvolvida com toda a turma. Após o término desta atividade pode-se trabalhar com as rimas apresentadas no poema.
b) Poesia A Pombinha da mata de Cecília Meireles: Esta poesia trabalha com rítmo,rimas e a realidade vivida por nosso planeta hoje, “o desrespeito a natureza”, mostrando três meninos que se preocupam e estão relatando uma vivência. Sugestão de atividade a ser desenvolvida a partir desta poesia: Conscientização ecológica: a preservação do meio ambiente, o que podemos fazer para preservá-lo.
c) Poesia A Boneca de Olavo Bilac: Esta poesia trabalha rimas com o aspecto sonoro das palavras (rimas, ritmo cadenciado, onomatopéias, repetição de palavras ...). Trabalha também uma realidade vivenciada por nós educadores em sala de aula, no nosso dia a dia: “a violência entre as crianças e adolescentes.”
Sugestão de atividade a ser desenvolvida a partir desta poesia: conversação e diálogo sobre o tema da poesia: a briga das meninas pela boneca. Como as duas poderiam solucionar o problema para que não houvesse a briga? Diálogo de como podemos evitar a violência na escola.
Durante o meu estágio inclui também atividades a partir de poesias, as quais os alunos adoraram, pois como falei é uma leitura agradável, envolvendo rimas, como se fosse uma brincadeira. A partir da poesia, aprenderam palavras novas aumentando seu vocabulário e fizeram relações com outras, já conhecidas, podendo envolver vários conceitos como amizade, respeito, etc. Também a partir das poesias, fizeram desenhos,

interpretações orais, escritas, modelagem, músicas, fantoches, fazendo com que se motivassem a aprender cada vez mais, o que contribuiu para um desenvolvimento significativo em sua aprendizagem, além de proporcionar a socialização dos mesmos.
Além das poesias, aprendemos na disciplina a identificar os elementos da narrativa, a partir de um conto, o que nos proporciona trabalhar a interpretação textual com nossos alunos envolvendo outros conceitos, além dos habituais, fazendo-os pensar e refletir sobre o texto lido, identificando cada elemento, como por exemplo: o local e época dos acontecimentos; inicio, meio e fim, identificando também o conflito e sua solução; os personagens e suas características. Na disciplina de Ludicidade e Educação a partir da entrevista da profª Tânia Ramos Fortuna ao Programa da TV COM, consegui perceber a importância da ludicidade para o desenvolvimento infantil, pois o lúdico, as brincadeiras, nos conectam com o mundo, proporcionando aos alunos fazer relações entre o real e o imaginário e buscar soluções aí aos conflitos de seu cotidiano. Também aprendemos que, segundo Tânia Ramos Fortuna, a ludicidade consegue estabelecer para o sujeito que aprende e para o que ensina um clima de desafio, de surpresa, que envolve mistério e faz com que o sujeito que desta situação participe, sinta-se pleno, conectado com o mundo e com ele mesmo; é uma aula que por certo contribui para a aprendizagem efetiva deste aluno. Após a leitura do texto Sala de aula é lugar de brincar? De mesma autora, ficou claro da importância do professor na introdução do brincar em sala de aula, dele estar consciente do papel do brincar, onde além de simples diversão, desenvolve várias áreas do conhecimento infantil, onde através do brinquedo, jogos e brincadeiras, o aluno exercita o corpo , a mente e o coração. A partir desta disciplina, comecei a introduzir os brinquedos, jogos e brincadeiras com meus alunos em várias situações: em sala de aula, no pátio, proporcionando uma maneira criativa e prazerosa de aprender. Durante o meu estágio, desenvolvi várias atividades lúdicas, como: confecção de brinquedos de sucata (bilboquê) para brincarem, criação da caixa de brinquedos na sala de aula, confecção de um quebra-cabeça com recortes de revista, brincamos do jogo das cadeiras, amarelinha, pula-corda, pernas de pau, bola, pracinha, além das atividade livres e jogos pedagógicos. Notei que meus alunos a partir das brincadeiras tornaram-se mais independentes, criativos e menos inseguros, sem medo de errar e com maior


participação nas aulas. Também pude conhecer melhor meu aluno, a partir da observação de suas brincadeiras, as quais muitas vezes revelam medos, angústias, alegrias, nesta relação de trocas que se forma a partir de momentos lúdicos. Segundo a autora Tânia Ramos Fortuna o brincar não termina quando a infância acaba, apenas sofre uma metamorfose, isto é, “Quando pequenos trabalhamos enquanto brincamos e quando grandes, brincamos enquanto trabalhamos” (Piaget). Conclui-se então, segundo a autora, que o brincar para a criança é visto com muita serenidade, assim como o trabalho para o adulto também o é, em ambas as relações há o encontro do lúdico com a serenidade. Na fase adulta o brincar mostra-se quando nós, adultos, temos a capacidade de ter bom humor, criatividade, de sermos instigantes, de anunciar novos mundos. Na verdade o brincar não morre nesta fase, apenas sofre uma transformação, a qual denomina de metamorfose, como já vimos acima. Hoje em dia, muitas crianças são privadas de brincar, de inventar brincadeiras, de usar a imaginação, pois ficam muitas vezes horas na frente de uma TV, computador e ou vídeo game. Não que estes, não tragam benefícios, mas devem ser usados de forma mais consciente e responsável, havendo um equilíbrio, onde a criança também tenha oportunidades de inventar seus próprios brinquedos e brincadeiras, juntamente com outras de sua idade. Em casa, incentivo meu filho de 9 anos a brincar, a inventar e criar, a partir de brincadeiras de faz de conta, de brinquedos de sucata, de modelagem com argila , massa de modelar e jogos de encaixe, onde cria personagens e objetos. Também tem a oportunidade de jogar bola, andar de bicicleta, montar cabanas com cobertores e lençóis, e muito mais que sua imaginação permitir. E foi a partir desta disciplina que decidi fazer meu TCC com o tema da ludicidade, procurando explicitar o quão é importante no ambiente escolar da criança como forma de desenvolver e valorizar suas potencialidades nas diversas áreas do conhecimento.
Com a disciplina de música na escola podemos entender que a música está em nossa vida desde que nascemos, como as canções de ninar, por exemplo. Como educadores é importante resgatar em nossos alunos o gosto pela música, em especial as músicas de nossa cultura, muitas vezes esquecidas, em meio às estrangeiras. Os alunos apreciam muito as atividades que envolvem música, tornando as aulas mais alegres e divertidas. No estágio, trabalhei muito com parlendas e músicas já conhecidas dos alunos, como o

Sapo não lava o pé, por exemplo. A partir da música, partimos para a identificação do som das palavras, das rimas e da construção de novas palavras a partir daquelas da música. Exemplo: sapo, sapato, pé, chulé, Pelé .... entre outras. A música faz com que nosso corpo e mente se soltem, de forma descontraída, sem medo, com entusiasmo e empolgação. Com estas atividades musicais, envolvendo ritmos e melodias, estamos fazendo nosso aluno desenvolver-se de forma integral, pois exercita ao mesmo tempo o corpo, a mente e o coração, botando pra fora alegrias, tristezas, angústias. Meus alunos adoram atividades que envolvam música como: dança das cadeiras, amarelinha, passa-passará, brincadeiras de roda (ovo podre, atirei o pau no gato, ciranda cirandinha, o limão entrou na roda) e outras.
No Seminário Integrador III foi possível socializarmos o conceito de argumentação e evidência a partir de um filme, no ambiente virtual chamado de fórum. Com esta atividade podemos tirar nossas dúvidas, trocando idéias com outros grupos. Considero uma atividade bastante proveitosa, pois houve o envolvimento de todo o grupo, e o conhecimento adquirido certamente nos foi bastante útil em nossa prática pedagógica, tanto como alunos e ou educadoras.
Na disciplina de Teatro e Educação desenvolvi o inventário criativo com atividades cujo objetivo eram expressão corporal e conhecimento do próprio corpo, ritmo, obedecer ordens e limites, expressar-se através de mímica, desenvolver a criatividade, a imaginação, a socialização, com uma turma de 2ª série a qual era titular na época. Confesso que tenho uma certa dificuldade de me expor em público em apresentações como o teatro, por exemplo, e isto também percebi com alguns alunos meus, e sem forçar nada senti que aos poucos foram se desinibindo e aderindo também a brincadeira. Confesso que foi um aprendizado integrado entre professor e aluno. Houve também troca de experiências através do fórum o que foi muito interessante, pois podemos ampliar nosso repertório de atividades com sugestões das colegas.
Acredito que nestes três primeiros semestres fizemos muitas descobertas e trocamos experiências, as quais contribuíram e continuam contribuindo no nosso planejamento diário, ao qual buscamos cada vez mais a inovação, trazendo a nossos alunos atividades as quais tenham a oportunidade de interagir, de socializar saberes. Também acredito ter sido um momento de reflexão e mudanças, criando conflitos e proporcionando ao



mesmo tempo momentos de alegria, envolvendo novos conhecimentos e novas amizades, o que vem contribuindo no meu crescimento pessoal e profissional.

Maria Angélica Hofmann.

Nenhum comentário: